quarta-feira, 7 de maio de 2008
até amanhã...
foi com esta expressão que terminou mais um dia de trabalho, a despedida da colega fora feita com a mesma simpatia de outras vezes, a sua voz igualmente moderada e afectuosa, embora para mim faltava algo, algo que a maioria utiliza desde criança, que nos é instruído e que se enraizou na cultura do povo, algo que para o muçulmano tem tal importância para a sua crença que a mesma figura no seu livro sagrado «e não digas apenas, a respeito seja do que for amanhã vou fazer isso, mas acrescenta, se Deus quiser». e foi com esta frase, que uma simples despedida se tornou num divertido momento, no preciso instante que lancei a dica “se…” e a colega completou “pois, se Deus quiser, se não quiser…”. foi este “se não quiser…” que num ápice de insanidade mental que elaborei um fragmento de história que rapidamente se propagou ao gabinete vizinho. “se não quiser, só espero que lá em cima não desempenhemos as mesmas funções, espero que os políticos lá de cima não sejam como os cá de baixo, que prometem, prometem, porque desde o tempo da catequese que me fazem crer que de acordo com os nossos actos enquanto seres vivos seremos posteriormente recompensados enquanto mortos. e não se trata de morrer saudável, como muitos dos novos cultos alimentares que pretendem a obtenção do desejado “corpus sanus” e abdicam de bons manjares e fazem sacrifícios enormes em prol do tonificado e esbelto, a quem pretendem meter inveja enquanto mortos, por isso espero que não se trate apenas de campanha eleitoral. mas tendo em conta que a crise chegou mesmo ao criador, subsiste a fila enorme em frente de uma enorme porta, onde evidentemente e devido à sua extensa idade s. Pedro na pré-reforma já deve ter contratado alguém mais novo para desempenhar as suas funções, ao mesmo tempo que para evitar os clientes menos satisfeitos com a decisão colocou dois seguranças, sim porque a decisão será idêntica às filas na noite de sábado do kremilim, onde o tipo deverá acrescentar a mítica frase: “ - desculpa mas hoje é só para clientes, trata-se de uma festa privada”. agora a minha dúvida persiste, será ,que a decisão final terá como base os actos praticados ou numa forma economicista de tempo e na base de evitar manifestações e desacatos à porta do criador, existe uma lista nominal e chegada a nossa vez, o porteiro dirige-se a nós na seguinte forma: “-boas, como está, o seu nome por favor e a sua profissão. - estou morto, o meu nome é v….. e sou professor. – contratado, qzp ou qe? – qzp. – para qzp não há vagas, tem de se dirigir ao elevador e carregar para o piso -3, cova da moura ai à lugar. porra, até cá em cima, vou andar neste vida!
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